"Prepare-se: a moda do futuro será moldada pela sustentabilidade, economia compartilhada e a intuição pessoal."
"Too Long; Didn't Read"
- Jovens estão priorizando a longevidade dos seus guarda-roupas e a reutilização de peças.
- A moda de luxo está sendo vista como um investimento, com a revenda se tornando mais popular.
- A influência na moda está mudando, com mais jovens confiando em suas próprias intuições e menos em tendências prescritas.
- A economia compartilhada está em alta, com jovens alugando suas roupas para obter renda extra.
- A comunidade e a conexão estão se tornando aspectos essenciais do bem-estar, refletindo-se nas escolhas de moda.
O relatório "2024 Fashion Forecast" da VICE Media Group revela mudanças profundas no comportamento dos consumidores jovens em relação à moda. A pesquisa, que envolveu uma análise detalhada de dados quantitativos e qualitativos de diversas comunidades de insights e leitores globais, destaca quatro principais mudanças culturais que estão moldando a indústria da moda: navegação pela inflação, informação e intuição, criação de regras e cuidado social. Cada um desses temas reflete uma mudança significativa na maneira como os jovens consumidores abordam a moda, a sustentabilidade e a autoexpressão.
A adaptação às novas realidades econômicas e a busca por autenticidade e conexão estão redefinindo o que significa consumir moda. Em um cenário onde a sustentabilidade e a economia compartilhada ganham destaque, os jovens estão adotando práticas que estendem a vida útil de suas roupas e maximizam o valor de seus investimentos em moda. A confiança nas próprias intuições e a busca por informações autênticas são tendências emergentes que desafiam as normas tradicionais do setor.
Navegação pela Inflação
Os jovens estão repensando a posse de moda, adotando práticas como investimentos em peças de luxo, compartilhamento de estilo e prolongamento da vida útil dos guarda-roupas. Com 9 em cada 10 membros da geração Z considerando iniciar seus próprios negócios e 1 em cada 5 já tendo iniciado, a moda está se tornando um campo de investimento estratégico. A prática de alugar roupas, similar ao Airbnb, permite que jovens monetizem seus guarda-roupas e justifiquem grandes compras. Plataformas como HURR e By Rotation facilitam essa economia compartilhada, onde usuários podem alugar roupas de designers por uma fração do preço de varejo.
Essas mudanças são impulsionadas pela necessidade de navegação financeira em um contexto de crise de custo de vida. 8 em cada 10 jovens usam estratégias baseadas em pesquisa para investir dinheiro, e 1 em cada 2 utiliza ferramentas profissionais de monitoramento. A revenda de itens de luxo, como bolsas da Chanel e Hermès, está em alta devido à alta retenção de valor desses produtos, com valores de revenda de até 115%.
Informação e Intuição
A confiança nas instituições está em declínio, com 64% dos jovens dizendo que confiam menos nos outros do que antes da pandemia. No entanto, 9 em cada 10 confiam em si mesmos, demonstrando uma ponte entre informação e intuição. Os jovens estão buscando mais autonomia em suas escolhas de moda, preferindo informações detalhadas e autênticas diretamente das fontes, como estilistas e especialistas. Eles evitam tendências prescritas, optando por influências discretas e inspirações encontradas em espaços inesperados, como vídeos de estilo no metrô ou conteúdo realista no TikTok.
A busca por personalização é evidente, com jovens querendo tomar decisões que ressoem com suas próprias experiências e intuições. Eles estão consumindo informações de múltiplas fontes para formar suas próprias opiniões, refletindo um desejo por autonomia e autenticidade em suas escolhas de moda.
Criação de Regras
Os jovens estão redefinindo as normas de moda, desafiando as expectativas tradicionais e buscando ferramentas em vez de regras. A teoria do estilo errado, por exemplo, desafia a combinação convencional de roupas e calçados para criar looks únicos e interessantes. Essa tendência de autoexpressão individual destaca a rejeição de tendências massificadas em favor de combinações criativas e inesperadas, como tênis chunky com vestidos delicados ou sapatos de salto alto com roupas casuais.
A "Era das Roupas Monótonas" permite que os jovens ignorem completamente as regras da moda, focando em conforto e simplicidade. Eles estão menos preocupados com marcas e mais interessados em como podem personalizar e combinar peças para criar estilos únicos. A personalização e a experimentação são fundamentais, com os jovens buscando maneiras de expressar suas complexas personalidades através de escolhas de moda aparentemente simples.
Cuidado Social
A moda está se tornando uma ferramenta para construir comunidades e conexões. Movimentos como o Barbiecore e a moda ultra-feminina estão permitindo que jovens mulheres se conectem e se empoderem mutuamente através de suas escolhas de moda. Essas tendências subvertem narrativas feministas tradicionais, permitindo que as mulheres abracem sua feminilidade como uma forma de poder.
A moda também está se integrando a experiências culturais e de entretenimento, como o fenômeno do Eras Tour de Taylor Swift, onde a moda se torna uma extensão da expressão pessoal e da conexão com outros fãs. As comunidades de moda estão se formando em torno de eventos culturais e históricos, com jovens explorando e recriando tendências passadas para se conectar com figuras icônicas e movimentos históricos de moda.
Essas tendências mostram que a moda do futuro será mais sustentável, compartilhada e pessoal, refletindo a busca por autenticidade, conexão e autoexpressão dos jovens consumidores. As marcas devem se adaptar a essas mudanças, oferecendo mais do que apenas produtos, mas experiências e histórias que ressoem com os valores e aspirações de seus públicos.